sábado, 10 de fevereiro de 2007

Rússia reforça arsenal de mísseis

A Rússia garantiu hoje que reforçará o seu arsenal de mísseis intercontinentais como retaliação contra o sistema anti-míssil (NMD) norte-americano a instalar na Polónia e República Checa.

Falando no encerramento da reunião informal de dois dias dos 26 ministros da Defesa da Aliança Atlântica (NATO) - mais os sete do Diálogo Mediterrânico e a Rússia - em Sevilha, Espanha, Serguei Ivanov, face ao NMD (National Missile Defense) no leste europeu, prometeu «desenvolver uma estratégia própria», assente na «resposta assimétrica», que «exclui uma corrida ao armamento».

«Não toleraremos, sob circunstância alguma, ficar sob pressão política, ou militar», assegurou Ivanov.

Em Janeiro, a administração norte-americana pediu para, até 2012 e visando alegadamente prevenir uma ataque do Irão, Varsóvia acolher uma dezena de interceptores e Praga um radar do NMD norte- americano sobre a Europa, desencadeando a ira de Moscovo.

Tentando sossegar Ivanov, o secretário da Defesa norte- americano, Robert Gates, explicou que o NMD «não representa uma ameaça para a Rússia».

Ivanov anuiu, mas não deixou de perguntar «o que há por trás das intenções» de Washington, porque o NMD carece de «justificação técnica» para ficar em território europeu.

O argumento norte-americano contra o regime dos ayatollah não tem «consistência», em palavras do dignitário do Kremlin.

«Não é preciso um NMD contra terroristas», ironizou o ministro da Defesa russo, pedindo ao seu colega Gates para «olhar para o mapa» e constatar a impossibilidade de qualquer foguetão iraniano, ou norte-coreano, chegar à Polónia, ou República Checa.

A reunião da NATO abordou ainda o futuro estatuto da província sérvia do Kosovo, sob administração das Nações Unidas (MINUK) desde 1999 e onde os aliados têm um contingente de paz (KFOR), bem como o reforço dos efectivos da Força Internacional para a Assistência à Segurança (ISAF) no Afeganistão.

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